Nos últimos anos, o Brasil tem sido testemunha de uma polarização política sem precedentes. O presidente Jair Bolsonaro e o seu governo têm enfrentado um enorme desafio ao lidar com o crescimento das críticas quanto a sua política econômica e social. Não obstante, a chegada da pandemia da COVID-19 exacerbou ainda mais essas questões, levando muitos a reexaminar os rumos políticos do país. Entre as vozes mais fortes contra o atual establishment, encontra-se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula, que já governou o Brasil por dois mandatos consecutivos, é mais uma vez o nome mais comentado nas eleições presidenciais de 2022. A liderança de Lula não é surpreendente, e pode ser atribuída em grande parte ao seu prestígio como responsável pelas políticas populares que ajudaram a reduzir significativamente a pobreza no país durante a década de 2000. Além disso, Lula conta com o grande apoio do Partido dos Trabalhadores (PT), do qual é um dos fundadores e maior líder.

Não obstante, a trajetória política de Lula tem tido altos e baixos nos últimos anos. Em 2011, seu segundo mandato presidencial chegou ao fim com grande popularidade, mas em 2016 ele foi desafiado por um escândalo de corrupção em que estaria envolto. O ex-presidente foi enfim condenado a prisão em 2018, mas a sua condenação foi anulada em março de 2021, possibilitando a sua reaparição no cenário político.

Os defensores de Lula vêm argumentando que a sua condenação foi injusta, e que ele foi vítima de uma conspiração política para impedi-lo de concorrer ao governo novamente em 2018. Além disso, afirmam que a campanha anti-Lula foi alimentada pela mídia, serviços de inteligência e pelo judiciário que agiram em conjunto para difamar o líder do PT.

Com a anulação da condenação, Lula agora busca reaver o seu lugar na política brasileira, e habilmente articula a sua plataforma eleitoral para conquistar novamente a sua base de apoio. O ex-presidente já é visto como um grande rival para Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, e sua popularidade vem crescendo cada vez mais. Ainda assim, a reeleição do atual presidente não está totalmente descartada, sobretudo se Bolsonaro conseguir reverter a perda de popularidade e melhorar a economia do país.

Os próximos meses serão decisivos para definir os rumos políticos do Brasil. Lula se fortalece como um líder capaz de unir as diferentes camadas da população brasileira em torno de uma agenda mais social e inclusiva. Bolsonaro, por outro lado, ainda tem a oportunidade de recuperar a sua base de apoio e reverter a atual situação política.

Conforme as eleições se aproximam, ambos os candidatos deverão apresentar suas plataformas políticas e planos de governo para convencer o eleitorado. Além disso, o próprio PT deverá lidar com alguns desafios internos, tais como a necessidade de renovar o partido, e se preparar para possíveis acusações de corrupção, que afetaram não somente Lula, mas grande parte da liderança do partido no passado.

De qualquer forma, uma coisa é certa: as eleições presidenciais de 2022 marcarão um momento crucial para o futuro político do Brasil, e definirão os rumos que o país seguirá nos próximos anos. E Lula, apesar de enfrentar diversos desafios, é atualmente o candidato a ser batido. Resta agora aguardar as cenas dos próximos capítulos, sobretudo para ver como a pandemia, agora em um momento crítico no país, irá afetar os resultados eleitorais.